terça-feira, 21 de março de 2017

Reintrodução e abandono

No último post fiquei de voltar aqui para contar sobre minhas últimas percepções sobre o Whole 30, contando um pouco sobre a etapa de reintrodução e os dias seguintes à ela.

Fiz a reintrodução exatamente como manda o livro: acrescentando um grupo de alimentos cortado em um dia e retornando ao whole 30 por dois dias até o próximo grupo ser reintroduzido, para observar bem seus efeitos. Alguns sintomas percebi claramente a associação aos alimentos reintroduzidos. Outros fiquei na dúvida - até pela série de preconceitos que já temos sobre os alimentos: será que aquela espinha chata foi de fato culpa do saco de pipoca que devorei na véspera ou foi obra do amendoim de 5 dias atrás? Ou será que foi o simples fato que passei um protetor solar no rosto que não é o meu do dia a dia e estou culpando o milho à toa? As unhas voltaram a ficar quebradiças (dor. quanta dor.) e foi difícil determinar o que teria prejudicado elas.

Isso foi meio decepcionante, mas me estimulou a observar mais minha alimentação (e a reação do meu organismo) em vez de simplesmente abandonar esse projeto. Só que já havia uma etapa de abandono prevista: minha viagem para a Espanha (posts em breve! ieiii!).

E com ela veio uma reflexão adicional à minha listinha de aprendizados, que até deve estar escrita no livro do Whole 30 mas sentir na pele é sempre mais impactante: eu não me dou conta do que como. E não estou falando só de ingredientes (embora comer quase que exclusivamente em restaurantes tenha me deixado bem menos controladora desse aspecto). Como era de se esperar, na primeira semana da viagem teve um dia em que passei mal (nada demais, mas visivelmente associado a alimentação, vocês entendem o que estou falando). e depois fiquei pensando no que tinha comido naquele dia. NAQUELE DIA. Eu achei que tinha ficado numa boa, porque andei muito e não tive nenhuma refeição que me fez sentir ogra mas quando comecei a relembrar foi uma chuva de "ih é, paramos para um sorvete aquela hora" e "é verdade, acabei tomando cerveja no almoço". Não vou listar tudo porque realmente foi muita coisa e já não lembro, mas fato é que não consegui arrumar um inimigo para receber toda a culpa do meu mal estar senão minha falta de controle sobre como tudo aquilo estava se somando no meu sistema digestivo.

Não me arrependo. De certa forma, houve sim uma consciência. De que estava em uma viagem e iria priorizar as experiências que ela poderia me trazer sobre a minha intenção de manter a alimentação regradinha. Isso inclusive foi a premissa que determinou a data que iniciei os 30 dias. Mas é sempre impressionante ver quantas concessões somos capazes de fazer em um só dia sem nos dar conta. Afinal, aqui em casa eu já estava comendo ovo no café, salada no almoço e um jantar bem ok antes de começar o programa. Como ele poderia ter feito tanta diferença? A resposta é que o diabo está nos detalhes.

Estou de volta, com uns quilinhos a mais (não me pesei ainda, não me pressionem!) e um shape mais parrudo e não sei dizer exatamente quais meus próximos planos para minha alimentação. Sei que em momentos da viagem revi minhas fotos de pratos da dieta e fiquei com vontade de comê-los. Que quando comi um tapa de huevos rotos fiquei com vontade de fazer em casa e não me senti uma péssima pessoa por estar comendo batata. Que me vi feliz por achar no supermercado local um tempero que que algumas receitas pediam e eu não encontrava por aqui. E que sem ninguém me pressionar ou sem nenhum juramento feito em cima de um livro, eu me vi ontem à noite fazendo guacamole para acompanhar meu frango grelhado com salada - e terminei a refeição feliz.