segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Museo Sorolla

Ainda na inspiração dos impressionistas, trago aqui alguns registros da minha visita ao Museo Sorolla em Madri, em dezembro de 2008. O museu é localizado na casa em que viveu Joaquín Sorolla García e sua família, onde o artista mantinha seu ateliê. A pedido da viúva de Sorolla, em 1932 a casa foi transformada em um museu em memória de seu marido.

Mommy no jardim do Museu Sorolla
Eu congelando na escadinha de acesso à casa

O estilo de Sorolla recebe muitas classificações: desde o título de impressionista - que tantos de seus contemporâneos receberam - até luminista ou neoimpressionista. "Ismos" a parte, é notável nos quadros de Sorolla a sensação de movimento gerada pela combinação de borrões de cores além do registro dos efeitos da luz como foco de suas telas. Não por acaso, como muitos colegas da época, a água e os reflexos são temas recorrentes em seus quadros.

El baño del caballo (1909)
El balandrito (1909)

Outra técnica para transmitir a sensação de movimento são os enquadramentos que "cortam" elementos do quadro como pessoas ao fundo e até membros do personagem em destaque, como vemos muito na obra de Degas.

Nadadores, Jávea (1905)

 "Sorolla foi a Jávea pela última vez no verão de 1905. Esquece-se das indústrias da cidade e realiza numerosas composições de crianças e adolescentes. A paleta adquire uma intensidade inusitada pelos fortes contrastes de dourados, azuis marinho e esmeraldas, que devido à profundidade de suas águas são totalmente reais." - texto do catálogo do Museu Sorolla.

Mas não apenas de crianças na praia consistiam as temáticas do pintor espanhol. Sorolla buscou pintar a realidade da época e passar em alguns de seus quadros a sensação de desconforto, como no espaço limitado em que se encontram as personagens da polêmica obra Trata de Blancas.

Trata de Blancas (1884)

Já a opção de temáticas mais pessoais costuma ser comparada com as composições do colega americano Sargent. Essa relação entre suas obras inspirou a exposição Sargent / Sorolla, que visitou dentre outros museus o Thyssen-Bornemitza em Madri.

Madre (1895)

Por se tratar do ambiente em que Sorolla viveu em pintou, o museu tem um charme especial, que pode ser averiguado na visita virtual do museu.

Interior do museu - visualização a partir da visita virtual

 Imperdível!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Monet no Bronx

Em tempos de exposição sobre o Impressionismo no CCBB fiquei com vontade de falar de outra exposição que visitei - Monet's Garden, no New York Botanical Garden.

Jardim e cartaz da exposição

Entrada do NYBG

A ideia de levar para NY uma pequena recriação dos jardins da casa de Monet em Giverny atraiu diversos turistas e nativos para o jardim no Bronx.

Turistas observando ninféias e quadros explicativos

Isso tudo no super agradável ambiente do Enid Haupt Conservatory, cuja arquitetura já vale a viagem (viagenzinha mesmo, já que o jeito mais prático de chegar ao NYBG é pegando um trem na Grand Central Station).

Enid Haupt Conservatory

Reflexos

O conservatório tem em sua estrutura dois espaços dedicados a plantas aquáticas, onde foram expostas diversas espécies de ninféias. Segundo o catálogo da exposição, "o lago das ninféias de Giverny foi o tema principal das pinturas de Monet ao longo dos últimos 26 anos de sua vida e foi retratado em mais de 250 pinturas".


Jardim aquático

Ninféia e cúpula do Conservatory

Mais reflexos

No interior da estufa, pequenas estruturas cenográficas simulando a arquitetura dos jardins do impressionista transmitiam a impressão de estar em Giverny, incluindo uma reprodução da famosa ponte japonesa sobre o lago das ninféias. Ainda segundo o catálogo, "Monet selecionou o tom de verde das janelas de sua casa e o mesmo pode ser encontrado por toda sua propriedade atualmente - esse tom é localmente conhecido como verde Monet".

Réplica da ponte japonesa no interior da estufa

Réplica da casa de Giverny no interior da estufa

Placas e painéis integrados ao percurso contavam o envolvimento do artista com a botânica, bem como a evolução da obtenção de diferentes espécies de ninféias a partir do cruzamento daquelas encontradas na natureza - processo iniciado por Latour-Marliac em 1875. A exposição contou também com algumas fotografias de Giverny além de duas telas do autor.


Rosa
  
Painel explicativo sobre o jardim de Giverny

Uma das telas exibidas na exposição (foto do catálogo)

A exposição foi uma delícia, mas não substitui a ida à Giverny. Ainda mais à geração que cresceu lendo esse livro.


Mommy e eu em Giverny

O belo arranjo das flores exibidas, a lindíssima arquitetura do Conservatory e a manhã de sol que presenciei me renderam algumas centenas de cliques, mas para não abusar da paciência alheia eu selecionei alguns. 



Ninféia "Isla Morada"

Libélula

Ninféia "King of Siam"

Ninféia "Gloriosa"




Espero que gostem!