domingo, 19 de fevereiro de 2017

Dia 31

Contei aqui o que é esse tal de Whole 30 e por que fui convencida a encarar essa jornada de alimentação restrita - porém caprichada. Agora estou de volta com as tradicionais reflexões e aprendizados depois de vivenciar os trinta dias completos. Infelizmente o trabalho e a vida social como sempre esmagaram meus planos bloguísticos e o prometido post do dia 31 está vindo no dia 36 (ou melhor, no 6o dia da reintrodução). Desculpas à parte, vamos à enumeração:
  1. Não é (mesmo!) só sobre a balança. Já falei disso desde que contei minhas motivações e estou aqui para confirmar. Além dos 2.7 kg que foram pro saco, as roupas que ficaram largas, o queixo duplo que parou de aparecer nas fotos etc, etc, etc... foram noites bem dormidas, menos bocejos, mais risadas (ouvi no trabalho a seguinte frase "você está muito sorridente para quem está de dieta, hein?"), menos ansiedade - e consequentemente, maior autocontrole a cada dia que as guloseimas brotavam em minha frente, melhor humor em geral. Também percebi melhora na minha pele, cabelo e unhas (juro, fiquei impressionada com a resistência das minhas unhas) e no funcionamento interno do meu organismo (vocês sabem do que estou falando).
  2. Dá para emagrecer mais. Se você achou o que perdi pouco (eu, particularmente, fiquei bem impressionada!), saiba que - dentro dos alimentos permitidos pelo programa - eu comi para caramba. Levei lanchinhos pro trabalho (o recomendado é não comer entre refeições) e não fiquei medindo o tamanho das porções dos meus pratos. Adorei fazer do café da manhã uma refeição equiparável às demais (sempre quis e nunca tive coragem, me atendo normalmente a uma porção de fruta, mate e no máximo um único ovo) e quando fiz almoços bacanas de fim de semana com toda minha família repeti prato sem sofrer.
  3. A batata é nossa amiga! Uma amiga me passou um texto bem bacana (link aqui) de uma nutricionista desmistificando os tais alimentos milagrosos que são vendidos por aí com mil promessas inatingíveis. Eu completaria falando da demonização de alguns alimentos que não deveriam ser nossos inimigos públicos número um. Para mim a representação máxima desse bicho papão era a batata inglesa. Fugia dela como o diabo foge da cruz e ao mesmo tempo fazia vista grossa a alimentos mega industrializados cheios de ingredientes que não sei pronunciar. O whole 30 me mostrou que é possível emagrecer e me sentir melhor comendo batata - e não foi pouca não. Claro, não foi todo dia nem em quantidades homéricas, mas não hesitei em pedir uma batata assada para acompanhar minha carne quando fui no Outback (sem recheio, lógico), preparei peixe no forno com batatas, fiz batatas ao murro para acompanhar carne moída... E fui feliz!
  4. Vergonha na cara faz bem à saúde (financeira inclusive). Eu era do tipo que enchia o saco de namorado e amigos para irmos a um restaurante mexicano ou pedir um delivery de tanta vontade que sentia de comer guacamole. Mas nunca na minha vida eu tinha comprado um abacate para minha casa! Isso se estende para inúmeras comidinhas que não dão trabalho nenhum e que custam muito menos quando preparadas em casa, mas que para mim parecia que caíam prontas das árvores já com código de barras. Eu tratava o forno do meu fogão como uma máquina de fazer pão de queijo, e hoje sinto orgulho das bateladas de legumes variados (essencialmente batata doce, cenoura e aipim) que saíram de lá. E posso dizer que estou preferindo mil vezes a maionese caseira que aprendi a fazer do que o tradicional pote de Hellmann's. 
  5. Gordura boa (ainda) é subestimada. Não é só o azeite que ajuda a melhorar o HDL. Abacate, azeitonas e oleaginosas ganharam destaque no meu dia a dia e espero mantê-los nessa posição. Tentar lembrar dessa galerinha em vez de encher o prato de carboidratos é uma boa sim.
  6.  Nem tudo que reluz é ouro. Não ceder a nenhuma tentação por todos esses dias me fez perceber que existem guloseimas e guloseimas. Comer um brigadeiro de colher delicioso certamente traz mais felicidade que se jogar em um pacote de biscoito que está rolando há mais de uma semana na baia compartilhada do trabalho só porque 'hoje estou muito estressada'. E rejeitar uma fatia de pepperoni da Pizza Hut que se apresentou na minha frente pensando que 'hoje não estou com tanta vontade, e quando eu realmente quiser é só pedir' abriu bastante minha cabeça para quantas vezes eu comi besteiras só porque elas estavam lá, como se fosse uma oportunidade única - e na maioria das vezes não era. Afinal, eu sei fazer um brigadeiro de colher decente e sei o caminho até minha pizzaria preferida. E aconteceu de ouvir sussurros de amigas em confraternizações da firma para dizer "os docinhos não estão tão gostosos quanto parecem".
  7. O açúcar está em toda parte. Descobri que com certeza comi açúcar sem perceber quando tentei ficar quatro meses sem a sacarose. Como tinha dito no post do link, nessa ocasião não me estressei com os ingredientes dos pratos dos restaurantes nem preparados por outrém. E logo de cara li no livro do whole 30 que a maioria das linguiças e bacon têm açúcar! Fui chocada no mercado checar o rótulo do paio Perdigão (que minha avó diz que é o melhor) e lá estavam as seis letrinhas temidas. Ou seja, feijoada tem açúcar. Lidem com isso. P.S.: comi cozido na casa da minha avó porque ela fez com linguiça schueler, que passou na prova do rótulo ;)
É isso, caros leitores! Terminando a fase de reintrodução eu volto aqui para contar o balanço do que me fez mal e o que não me fez nada. Amanhã é dia de laticínios - cruzem os dedos para eu comprovar que queijos não me fazem mal!

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