domingo, 10 de março de 2013

Nos menores frascos

Ainda com a intenção de olhar além das atrações principais, decidi listar aqui pequenos museus e coleções de arte privadas que possuem obras importantíssimas com menor enfrentamento de multidões.

A Frick Collection em Nova York, que infelizmente não permite fotografar, é belíssima não só pelo acervo mas pela arquitetura do prédio e pelos detalhes dos cômodos, exibindo além dos quadros peças de porcelana, tapeçaria e mobília. Dentre suas obras temos muitos exemplares do século XVIII, como os franceses Fragonard, Boucher e o inglês Gainsborough. Outros destaques seriam as obras Holandesas (incluindo três telas de Vermeer) e as telas de Goya e Ingres.

Uma das salas mais impressionantes da Frick pode ser vista no vídeo abaixo do projeto smart history e contém uma sequência de telas do Fragonard mostrando a "progressão do amor" (Les progrès de l'amour, 1732-1806).

Infelizmente, só há legendas "automáticas" em inglês, com muitos erros de transcrição.


Nessa mesma linha de cômodos preservados temos em Londres a Wallace Collection. Aqui, além da pinacoteca pessoal do colecionador, também rica no rococó francês, temos itens históricos e de guerra como armaduras e armas medievais.

Como no Museo Sorolla, o site da Wallace Collection permite visualizar virtualmente cada uma de suas galerias.


Créditos da foto: The Wallace Collection



Créditos da foto: Wallace Collection

Ainda em Londres, a Courtauld Gallery (organização associada à Universidade de Londres) tem acervo invejável, com 12 telas de Cézanne, 9 de Seurat, 6 de Degas... e 29 (!) do Rubens (sério, esse cara devia fazer um quadro por dia... dá a impressão que todo museu da europa tem pelo menos uns 5 Rubens). Mas como qualidade importa mais que quantidade, acredito que a justificativa da visita está nas imagens abaixo (as fotos ficaram muito fracas infelizmente). 

Nudo Seduto (Modigliani, 1916)

Un Bar aux Folies Bergère (Manet, 1882)

O último e talvez mais importante quadro de Manet, famoso pelo reflexo intencionalmente impossível da atendente do bar e do sujeito conversando com ela, que deve estar posicionado como quem vê o quadro. Infelizmente minha foto não captou bem os detalhes do quadro, como as perninhas da acrobata que deveriam aparecer no canto superior esquerdo.

Autoportrait à l'oreille bandée (Van Gogh, 1889)

Nesse sentido também destaco a Phillips Collection (Washington DC) com o imperdível Déjeuner des Canotiers de Renoir. Só o quadro já vale o détour - o que aliás era exatamente a impressão que a família Phillips queria provocar ao adquirir o quadro em 1923, apenas dois anos após a abertura do museu, e num período em que Washington não era tão abastada em obras de arte.

Déjeuner des Canotiers (Renoir, 1881)

Uma tela consideravelmente grande comparada à maior parte da produção impressionista, o almoço retratado num restaurante à beira do rio em Chatou transmite exatamente o que Renoir dizia buscar em seus quadros: a sensação de poder passear dentro deles.

Les paveurs e L'entrée du jardin public à Arles (Van Gogh, 1889 e 1888)

Studio, Quai Saint Michel (Matisse, 1916)

Em cidades como Washington e Londres com tantos ótimos e gratuitos museus fica difícil competir, mas quem for desfrutar de uma estadia mais longa ou já conhecer os principais pontos da cidade encontrará nas coleções privadas acervos dignos dos principais museus.

Aproveito para abrir o espaço para outras recomendações de museus pequenos nas grandes cidades. Alguma dica?